sábado, 31 de março de 2007

8760 horas

Tinta

Tinta na mão

Elefante

Carteirinha

Teatro

Cerveja

Carona

Almoço

Almoço pintada

Beijo não-beijo

Mentirinha

Desculpa

Quinto andar

Coincidências provocadas

Café

Cinema

Café

Teatro

Conquista

Mate

Conquista

Conquista

Portão

Chaves

Comidas

Sonho de padaria

Tempo

Namoro

Lasanha

Beijo-vontade

Tripé

Perdoa-me

Decoreba

Conquista

Esperanças

Decepções

Confissões

Hall

Respiração

Me dá sua mão

Tic-tac

Beijo-beijo

Beijo-estranho

Mensagens

Noronha

Distância

Americana

Novidades

Retorno ao Velho

Rave

Decisões

Piscina

Arrependimento

Satyros

Abraço longo

Festa Pop Com

Noite na república

Ataque

Jaqueta jeans

Beijo-beijo

Beijo-bom

Cazuza

Antes do pôr do sol

Pirituba

Caminho de volta

Virgindade

Páscoa

Bis

Teatro Cinema

Virgindade-beijo

Perdoa-me

Perdoa-me primeiro abraço

Budas

Banho

Tílcio

Pelados

Mãe

Sono Religião

Primeira

Frio na barriga

Sangue

Amor

Outros

Escondido

Sala

Silêncio

Mangas compridas são injustas

Férias

Roupão

Mudança

Apto

Mudança

Óleo

Massagem

Banheira

Cachorro molhado

Teatro

Todo dia

Piauí

Saudades

Boné

Doce

Cordel

Violão

Pelada

Você gosta de mim

Medos

Insegurança

Segurança

Nozes

Celular-bomba

Clarice

Festa

Torta

Amigos de longe

Antenas

Amor

Eu preciso dizer que te amo à meia noite

Ano novo

Dormir na areia

Empanados

Lutinha

Chuva

Vôlei

Escondido

Proibido

Ciúme

Bebedeira

Escondido

Gostoso

Mar

Espanhol

Carnaval

Avião

Piauí

Colo

Família

Condomínio

Abacaxi

Esconde-esconde

Escorregando

Morar junto?

Caipirinha

Vômito

Amor

Sono

Colo

Ressaca

Meu cachorro

Mesa de vidro

Mesa de madeira

Lessa

Mochila

BH

Pinga

Santiago

Saudade

Espaço vazio

Sono - sonho

Amor

Sobremesa

Terraço

Cachaça

Amor

Nozes.

segunda-feira, 19 de março de 2007

Sobre trânsito e cachorros

Eu não tenho culhão! Não tenho mesmo! Nem física, nem simbolicamente. Uma vez uma pessoa me disse que pra viver em Sampa tem que ter. Quase todo dia redescubro que, enfim, eu não.
Semana passada foi destas mais difíceis que o normal. E essa tá indo no mesmo embalo. Chuva, trânsito e, não bastasse, a constatação de que as pessoas perderam qualquer senso de boa relação e respeito. O metrô nestes dias é o retrato da barbárie. Pessoas no mesmo barco (ok, mesmo trem), mortas de tanto trabalhar pelo lucro alheio, se batem e se ignoram com a mais esquisita normalidade. E sofrem, mas cada uma na sua.
Dia desses, sorri para um tiozinho que me olhava na saída do metrô, depois do estouro da boiada da Sé. Depois do estranhamento, ele me disse: "Você é de bem com a vida, né?". Mal sabe ele o quanto não, em certas horas. Mas um sorriso ainda me é possível. Quase sempre.

*

Em meio ao turbilhão, eis que me vem um sinal divino, em forma do número cinco. Explico. Pela manhã, na Rua Frei Caneca, me deparo, não pela primeira vez, com cinco podlezinhos, irritantes e fofos. Pergunto: "São todos seus?" E a madame loira me diz que sim, os cinco.
Bem mais tarde, caminho ao lado do trânsito da São João, quando um morador de rua, revoltadíssimo, briga com um camelô que estorvava seu cachorro. Um dos seus cinco. Cinco vira-latas bonitos e corajosos, andando em ritmo acelerado pela calçada e sempre esperando uns pelos outros. Arrisco: "São todos seus?" "É, sim, tudo meu", responde com gentileza apressada e segue.

quarta-feira, 14 de março de 2007

Bobagens fora de contexto - parte II

Na mesma ocasião do post anterior...

"Eu fui amigo do Márcio" (Desabafos. Márcio é Marcinho VP, traficante do Rio que autorizou a filmagem do documentário Notícias de uma Guerra Particular, de Joãozinho, no Morro Dona Marta.)

"O mundo não é preto, nem branco, é cinza"
(Divagando sobre cores. E o mundo... Divertido. Mentira, não lembro mais a que ele se referia.)

"Não sei qual é o título do filme dele"
(Era só Os Infiltrados, do Scorcese. Ok, ele não é cinéfilo.)

"Você faz um filme pra fazer um filme"
(É?)

"Eu não fiz Notícias de uma Guerra Particular para denunciar a violência, eu fiz porque me deu vontade de falar daquilo naquele momento"
(Gosto disso.)

"O documentário é impotente"

"Esse cavalo não pode passar na minha frente celado e eu não tentar montá-lo"
(Sobre Lula)

"Quem tem filma quem não tem"
(Definição de cinema brasileiro)

"É um filme muito esquisito"
(Sobre Santiago, documentário dele que vai abrir o É Tudo Verdade do Rio de Janeiro este ano. Ele filma ele contando a história dele. Esquisito mesmo. Quero ver.)

"Nenhum botafoguense vai pro estádio achando que o Botafogo vai ganhar"
(Retrato do conformismo)

"Nós somos pessoas apavoradas"
(Nós são eles, os botafoguenses)

"Botafogo é mais um estado de espírito do que um time de futebol"
(Deve ser mesmo. Porque é bem pouco um time de futebol)

"O Botafogo definiu minha maneira de ver o mundo: cética e um pouco apavorada"
(O futebol formando os cineastas e editores do Brasil)

"Tem uma virtude em ser minoria. A minoria está sempre na contramão. Tem que ter personalidade pra ser minoria"
(É isso ae, se fudendo com personalidade)

"O otimismo tem uma coisa meio boba"
(Só...)

"Adoro o Waltinho" [Walter Salles, seu irmão]
(Que lindo)

Joãozinho irmão do Waltinho

Hoje, o João Moreira Salles fez uma aula magna disfarçada de bate-papo (que coisa mais cool!). Várias coisas interessantes, para além do fato de todo mundo ficar puxando o saco da Revista Piauí (que podia chamar Acre, Sergipe... o azar destes estados é que têm poucas vogais). Mas não tô com saco de escrever tudo o que concluí. Nem você de ler. Então, seguem algumas pérolas, (descontextualizadas, que ficam melhores). Ele é mestre em pérolas.

"Não sou cinéfilo. Posso dizer até que cinema não é uma coisa importante pra mim"
(Dá uma credibilidade pros documentários, não?)

"Eu gosto de palavras com muitas vogais"
(Ahá! pIAUI! 4!)

"A vogal é molinha"
(Ah...)

"Como ninguém apresentou solução melhor, ficou Piauí mesmo"
(É um processo complicado criar uma revista...)

"A gente [na Piauí] não tem missão nenhuma"
(Adoro gente honesta!)

"Há um orfanato. Se o orfanato tiver 10 órfãos, quebramos a cara, mas se tiver 50 milhões de órfãos, então deu certo"
(Se você não entendeu, os referidos órfãos seriam os órfãos das publicações com muitos textos e matérias menos imediatistas. Metáfora espetacular. Não?)

"Não há nada mais à direita do que a Lili Marinho"

"Desconfiamos de tudo. Desconfiamos do Maluf, do Lula..."
(Ué! Não dá quase na mesma?)

"A Piauí não se leva a sério"
(Ok. Essa não é engraçada, mas me fez gostar mais da revista.)

"A gente prefere publicar as cartas que metem o pau na gente do que as que nos elogiam"
(Masoquistas também podem escrever.)

Cadê o peixe?

Conversando superficialmente sobre arte, vi uma linda cena um dia desses. Como somos capazes de citar com propriedade os museus paulistanos! Eu, que fui ao MASP-curral-da-arte * duas vezes na vida, e à Pinacoteca uma e meia, também posso falar deles pra dizer que gosto de arte. E vai ficar bonito o discurso. Posso até falar quem está expondo em ambos e quais as características técnicas, vomitando informações que li no site do museu ou do artista. E daí?
Meu ponto é: foi-se o tempo em que as pessoas melhoravam o peixe para vendê-lo melhor. Hoje, tá todo mundo vendendo o peixe que não tem! E com a maior facilidade! Alguém chama Jesus, pelo amor de Deus!

*Como disse o André Marques - não o gorduchinho do Video Show, o escritor de poemas cego que vende seus livros no vão - se referindo ao vidro que isola quem paga de quam não paga.

Amigos no teatro, risada garantida

Há exatamente uma semana, fui ver o Bortolotto interpretar o Bortolotto de novo, na Mostra do Cemitério. E ele queria rir. Foda contracenar com amigo. Acho que ele riu mais dentro do que costuma rir fora do palco. Ainda bem que ele escreve 77 vezes melhor do que atua.
O texto é bacaninha. Foda a 'autocrítica discreta' dele: "Se eu quisesse ser ator, ia fazer curso de teatro, porra!". É mesmo? rs
Só me irritaram mesmo os amigos dele na platéia, rindo de tudo. Principalmente do que não tinha graça. Piada interna? Vai saber...
O fato é que ainda tem muita mostra pela frente pra ver ele babar e xingar todo mundo. 7 peças até abril. Eu vou muito.

Um começo

Só pra ter. Pra ninguém dizer que eu não comecei do começo.
Não que eu precisasse começar do começo. Até porque com essa onde de narrativa não linear, poderia começar do final e colocar cinco começos que se misturam que ninguém ia entender, mas todo mundo ia adorar. Mais ou menos como algumas obras que ninguém entende até ler um release ou uma crítica. Aí, passa a achar brilhantemente ousada e inovadora!

Vamos a algumas questões existenciais. (Calma, não é psicologia. Ainda.)

MINHA PESSOA
Um indecisa-confusa-esquecida-prepotente-atrapalhada-desleixada-carente-perdida-revoltada-acomodada-falante. Mais uma.

MINHA PROPOSTA
Meu compromisso inicial com este espaço é me conter. Eu era uma daquelas crinaças pentelhas que pediam 'folhas extras' pra Tia Filomena pra fazer a redação de quinze linhas da segunda série. Aqui não. Nada grande, que fica chato. Se por acaso, eu escrever algo maravilhoso e original, mas que seja muito grande, vai ficar de fora deste espaço como todas as outras porcarias grandes. Sem consessões. Por ora, a proposta é essa. Mas, sinceramente, espero que apareçam outras. Senão, vai ficar chato e vou ter que parar.