quinta-feira, 28 de junho de 2007

Sobre Moscas e Cavalos

Ontem, um senhor me alertou que apertar aquele botão que, em tese, faz com que o sinal de pedestres da Consolação se abra, não adianta nada. Segundo ele, é pura ilusão das nossas mentes achar que vamos acelerar alguma coisa ou que, se não apertarmos, nada vai acontecer.

A isso, seguiu-se uma breve fábula contada sob o sol do meio dia, que reproduzo aqui:

"Quando uma carroça está subindo uma estrada muito íngreme e difícil, as moscas vão acompanhando os cavalos, grudadas em suas orelhas, enquanto o controlador da carroça (esqueci o nome certo) dá chicotadas nos pobres animais. Na cabeça das moscas, os cavalos só continuam subindo porque elas estão ali, grudadinhas, fazendo zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz nas orelhas deles. Ou, por outra, pensam os pequenos insetos que se parassem de fazer zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz nas orelhas dos cavaos, eles parariam repentinamente de andar."


Tudo isso ele me contou com um sotaque espanhol que minha limitação impede de definir se é europeu ou latino-americano.

Quem arrisca a moral da história?

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Da Série Frases Brilhantes II

Esta é brilhante mesmo.

"O padre está esmolando, o pastor pastando e o papa papando" - Gentileza




Não sei se ele chegou a dizer as três coisas de uma vez, mas ele as dizia. Esse cara é um absurdo! E essa postagem é uma homenagemzinha à Tilce, minha velha amiga querida, que me apresentou o Gentileza e a Clarice e por quem eu rezaria, se eu rezasse.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Da Série Frases Brilhantes

Essa é especial porque traduz minha forma atual de ver o mundo. Só que ao contrário.


"Só o trabalho constrói" *







*Segundo o professor Cláudio Arantes, professor de Ciência Política da Cásper e detentor de um incrível acervo de vídeos da TV Cultura de 1995 para antes, a frase ficava na entrada de diversos Campos de Concentração Nazistas. Perfeito.





As fotos foram roubadas dos seguintes espaços, respectivamente: Blog Oásis e Blogue da Paróquia do Santíssimo Sacramento (Deus me perdoe por roubá-la)

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Expectativas

Tem umas coisas que o Mundo (Deus, Buda, o Espírito Santo, Chico Xavier ou quem quer que controle essa bagunça aqui) insiste em tentar me ensinar e eu insisto em não aprender. Não sei quem é o mais chato nesta história: eu ou essa entidade controladora que fica me testando sabendo que eu vou continuar igual.

Enfim, só pra ficar menos hermético (embora eu tenha uma resistência a esta palavra fresca - hermético), explico uma dessas coisas que eu não aprendo: pare de criar expectativas!

Essa lição é velha, já. Sei tanto sobre ela que posso dividí-la em itens didáticos:

- Nome: Pare de Criar Expectativas.
- Data para Execução: Ontem.
- Escopo / Abrangência: Todos os setores da sua vida e todas as pessoas envolvidas em qualquer um destes setores. Todos seus planos e realizações. Todos os seus finais de semana. Todos os seus relacionamentos.
- Consequência imediata da não obediência imediata: Frustração.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Sagoma nas Satyrianas

Resolvi colocar aqui a "intervenção" do Sagoma durante as Satyrianas 2006, que logo mais completará um ano. Só um incentivo para começarmos a planejar as "78 na caçamba".

segunda-feira, 11 de junho de 2007

3,5 milhões - tudo gay?

Hoje ouvi uma história animal. Uma amiga me disse que contaram pra avó de alguém (talvez dela mesma, não me lembro) que estavam previstas mais de 3,5 milhões de pessoas na Parada Gay 2007 (ou Parada do Orgulho GLBT de São Paulo, nome muito mais bonito). A velhinha rebateu: "Tudo gay?".

Bizarro. Como a gente é preconceituoso ainda. Pra caralho.

Ontem, passei pela Parada, já na parte final, ali na Consolação. Tava bonito, um monte de criança. Achei bacana isso das crianças. Só não curto a música, mas isso é outra história.

Lá pelas tantas, andando um pouquito lá pelo meio, notei que havia muita gente "normal" ali. E aí quase bati na boca! "Que normal, o que, menina! Isso é jeito de falar?" Mas depois me expliquei pra mim mesma com a origem da palavra, se é que eu tô certa quanto à orgiem desta palavra. Gente normal. Normal de Norma. Gente normal de gente-dentro-da-norma. Dentro de uma norma burra e antiquada. Concluindo, tinha, sim, muita gente-de-dentro-da-norma que saiu de casa pra ver as pessoas que estão fora da norma. Doido isso.

O que acho mais lindo é a política se consolidar pela alegria, como comentou o Fabrício. Quer movimento mais cativante e eficaz do que aquele que tem como força motriz a alegria? Dá pra reprimir?

No entanto, o caminho pela frente é longo, longo... Tem uma porrada de gente fingindo que aceita, que entende e que apoia. Tem uma porrada de gente que vai até lá, pra depois soltar umas pérolas, como a que ouvi de um molequinho na rua: "eu fui lá na Parada. Aquelas bixa lá".

Enfim. Do que eu vi, tava tudo colorido e bonito. Pena que as pessoas celebram a diversidade (palavra bonita diversidade, né?) só uma vez por ano em São Paulo.

Reciprocidade é balela!

A palavra é bonita, até. Mas não existe. Não quando o tema é amor. E calma, este não é um post dedicado especialmente ao Dia dos Namorados de amanhã, não. Tô falando de amor numa concepção mais geral... assim, quase religiosa. Isso que a gente sente por quase qualquer um. Mãe, pai, amigos, artistas (pra alguns... quem sou eu pra julgar?).

Enfim, constatei com meus longos 20 anos de experiência que reciprocidade no amor é a maior balela que as novelas da Globo já inventaram. Desculpe te desiludir: sua mãe não te ama tanto quanto você a ama, nem do mesmo jeito que você a ama, seu cachorro pode até gostar de você, mas não é do mesmo jeito que vc gosta dele, sua amiga ama mais uma outra amiga do que você e - prepare-se, essa é forte - seus pais não amam você e todos os seus irmãos exatamente da mesma forma!

É isso aí. E o pior de tudo é que, além de mudar de pessoa pra pessoa, esse sentimento boboca muda com o tempo.

Tem ainda aquele amor desesperado de necessidade de estar junto, que você sente por alguém, e que este alguém também sente, mas por outra pessoa que não é você. Sua mãe quer estar junto com você, precisamente quando você quer estar junto com sua namorada, no momento exato em que ela precisa fazer trabalhos da faculdade.

Nem a Fátima Bernardes e o William Bonner se amam reciprocamente. (Ok, eu sei que isso é apelar, mas é fato).

No entanto, é bom assim mesmo. Talvez seja bom por isso mesmo. Acho.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

A cama elástica e outras descobertas

Ontem fez sol. E minha vó fez 93 anos.

Ontem eu me descobri um pouco, enquanto pulava na cama elástica. A gente devia pular em camas elásticas todos os dias. Eu devia. Com crianças, especialmente.

Não sei bem se foi durante a cama elástica. Nem sei bem se eu me descobri, de fato. Talvez tenha sido só uma recaída forte do meu lado utópico que eu sufoco, no mínimo, das 8h às 20h. Mesmo assim, foi bom pra caralho.

Sorrisos sinceros dão paz. Gosto de paz. E de passarinhos. E de verde.

Será que está passando minha fase niilista?