sábado, 21 de junho de 2008

Livre?

(Quanto tempo sem postar. Nada como rodovias pra dar vontade de escrever)

Sem amarras de fora.
Sem amarras de dentro.
Sem amarras de fora que já entraram tanto que parecem vir de dentro.
Sem amarras de dentro que vêm pra fora e estando fora mudam quase tudo.

Quase.

Só quase, porque, apesar de tudo, tem sorriso que não agüenta e escapa.
Tem coração que dispara.
Tem borboletas voando na barriga (como diria sabiamente Ana Maira).
Tem sentimento que ignora correntes, porque é vontade, é natural.
Tem alegria que não se limita em certo-errado.
Tem decisões que a gente nem toma, de fato. Que só são.

Livre.

Livre como a gente (humanidade) não sabe ser. Não quer ser.
Não tem o hábito e, por isso, pode-se dizer até que não gosta.
Não aprendeu. Porque em vez de aprender a ser livre, aprendeu disciplina, aprendeu "educação".
Aprendeu um senso comum bobo, regrado, o senso comum do "pode-não-pode", dos pares opostos limitados.

Estranho.

Tudo estranho, mas estranho mesmo é perceber-se desenhando com mais força, acalcanhando o lápis nos desenhos dos limites inexistentes entre as pessoas. Reforçando os traços das linhazinhas imaginárias-bobocas que separam aquilo que é uma grande "mesma-coisa", aquilo que é melhor junto. Que é natural junto. Gente.